Após sua regulamentação em 2016, a maioria das seguradoras já oferece um plano de seguro popular para veículos. Essa modalidade tende a aumentar sua parcela no mercado brasileiro, que tem uma demanda grande para esse tipo de produto.
Isso ocorre porque a maioria dos veículos no país não tem seguro, muito por conta dos preços dos planos tradicionais, que chegam a até 10% do valor do automóvel e podem aumentar conforme o bem fica mais antigo. Dependendo do valor do veículo, do risco de sinistro e da dificuldade para encontrar peças de reposição, era possível que as seguradoras até se recusassem a oferecer qualquer tipo de seguro.
Por esse motivo, muitos proprietários preferem deixar o seguro de lado, especialmente após os 5 anos de uso do veículo. Para mudar esses números, foi aprovada a legislação que permite às seguradoras lançarem planos de seguro popular. Eles são mais baratos, sem que haja perda de cobertura básica.
Mas como funciona essa modalidade de seguro? Continue a leitura deste artigo e entenda mais sobre o assunto.
Economia em peças e serviços
Para quem possui um carro, ter um seguro é praticamente obrigatório. A menos que você tenha sempre um fundo de reserva bem amplo para emergências, pode ser bem difícil conseguir pagar por uma reforma completa depois de um acidente. Porém, o preço mensal do seguro também pode sair um pouco caro. Felizmente, já existe uma opção que pode reduzir esse gasto.
O que possibilitou às seguradoras oferecerem planos de seguro popular foi, basicamente, a regulamentação do uso de peças originais no conserto de veículos sinistrados. A lei federal 12.977, de maio de 2014, legalizou a desmontagem de veículos inutilizados e a reutilização e comercialização de suas peças sobressalentes. Ou seja, os componentes que ainda tinham alguma utilidade ainda poderiam ser usados em manutenções.
Após essa lei, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) aprovou um conjunto de normas para que as seguradoras pudessem oferecer planos que utilizassem peças originais seminovas ou recondicionadas, vindas da desmontagem credenciada de veículos. Naturalmente, o cliente do seguro está ciente dessa decisão quando assina o contrato de seguro.
No entanto, como o mercado de peças usadas ainda é pequeno devido à novidade da lei, as empresas também solicitaram a inclusão da permissão para o uso de produtos do mercado paralelo nos reparos dos veículos segurados. No final de 2016, o pedido foi atendido.
Assim, por representarem uma economia de até 70% no valor das peças de reposição, os planos de seguros auto puderam ser barateados consideravelmente, tornando-os mais interessantes de novo.
Porém, o uso de peças paralelas ou usadas ainda é proibido em partes ou mecanismos do veículo que envolvam a segurança de motoristas e passageiros, como sistema de freios, cintos de segurança, suspensão, eixos, entre outros. Afinal, qualquer desgaste ou desalinhamento nesses componentes aumenta consideravelmente o risco de acidentes.
Os planos de seguro popular devem ser diferenciados dos tradicionais, para que os segurados não se sintam enganados em um eventual sinistro. Além disso, algumas seguradoras conseguem baratear ainda mais seus preços ao utilizarem sua rede de oficinas conveniadas.
Essas regras mais flexíveis tornaram os planos populares atraentes para veículos com mais de cinco anos de uso e, consequentemente, também aumentam a circulação e reutilização de peças que normalmente seriam descartadas.
Seguro ideal para veículos antigos
Com essa nova modalidade de seguro, as empresas do ramo esperam atrair proprietários que deixaram de pagar pelos seguros tradicionais por não compensarem o investimento. Como há uma grande oferta de veículos novos em todo mercado, os carros com mais de cinco anos sofreram uma grande depreciação nos últimos tempos.
No entanto, os valores dos prêmios dos seguros não acompanharam a queda de preço, uma vez que os riscos e custos envolvendo esses veículos continuaram altos. Com o advento da nova lei, esse cenário mudou. Agora, os seguros podem pagar por peças usadas e paralelas para serem usadas nos reparos de sua frota segurada, o que possibilitou a oferta de planos mais baratos para a maior parte do público.
Dessa forma, o seguro popular se torna atraente para os proprietários de baixa renda e também para aqueles que possuem veículos mais antigos e não se importam de utilizar peças recondicionadas em suas reposições.
Afinal, essa categoria tem um custo bem menor na apólice e ainda oferece cobertura compreensiva. E muitas das peças recicladas, paralelas e reutilizadas ainda têm um nível de qualidade aceitável. Falaremos, abaixo, um pouco mais sobre a cobertura dos seguros populares.
A cobertura do seguro popular
Apesar de serem mais baratos, as seguradoras não podem, para enquadrarem seus planos como seguro popular, diminuir a cobertura básica da apólice. Assim, esses planos devem ter cobertura compreensiva em relação a todos os defeitos e acidentes pelos quais o veículo possa passar.
A cobertura compreensiva é aquela que inclui indenização ao segurado nos casos de incêndio do veículo, roubo, furto ou colisão. As normas relativas ao seguro popular também proíbem as seguradoras de limitarem suas coberturas à indenização integral.
Essa indenização acontece somente em casos de perda total e furto ou roubo sem localização do veículo. É considerada perda total quando a soma do custo dos reparos ultrapassar 75% do valor de referência do automóvel, tornando pouco viável qualquer manutenção. Os casos em que os consertos não chegam a esse patamar são chamados de perda parcial, sendo um pouco mais aceitável o custo de manutenção.
Assim, os planos populares devem ter cobertura para perdas parciais. No entanto, é permitido à seguradora cobrar uma participação obrigatória do segurado para esses casos. Essa participação é chamada de franquia e é cobrada somente no caso de o proprietário optar pelo reparo intermediado pela seguradora dos danos provenientes de um sinistro.
Portanto, o seguro popular não deve ser confundido com os seguros simplificados, mesmo que apresentem, muitas vezes, nomes parecidos nas seguradoras. Veja abaixo algumas das diferenças entre esses planos.
Seguro popular x seguro simplificado
Antes da lei 12.977/2014 e das novas normas da CNSP apresentadas acima, as empresas ofereciam planos de seguro auto mais baratos e os chamavam de populares. Porém, suas apólices eram, na verdade, simplificadas e não incluíam uma série de coberturas importantes para o segurado.
Assim, os preços de seus prêmios eram mais baixos porque seus serviços oferecidos também eram reduzidos. As coberturas variavam de empresa para empresa, assim como seus preços, mas, basicamente, incluíam indenização por danos materiais e corporais a terceiros, de acidentes a passageiros e assistência 24 horas para troca de pneus, chaveiro e outros pequenos reparos.
Alguns ainda incluíam serviço de guincho, porém, a maioria das empresas deixava de lado ou oferecia como opcionais, as coberturas mais importantes contra roubo, furto e colisões, que são aquelas que geram maior prejuízo financeiro para o proprietário. Dessa forma, havia uma boa chance de o segurado ficar na mão em uma emergência.
Esses planos tinham como alvo os clientes que não tinham nenhum tipo de cobertura e nem poderia ter em um futuro próximo, como jovens com seus primeiros carros e pessoas de baixa renda. Assim, pelo menos a preocupação com terceiros e bens públicos, no caso de um acidente, era amenizada, mesmo que o veículo ainda fosse perdido no processo, sem chance de recuperação.
Era uma maneira de as seguradoras alcançarem esse mercado antes da mudança na legislação. No entanto, com as novas regras, as empresas podem oferecer planos mais baratos, mas que ainda contem com coberturas compreensivas necessárias para garantir a proteção do segurado.
Outros benefícios do seguro popular
Há várias vantagens em utilizar peças paralelas e reutilizadas em manutenções, não apenas para cobrir os custos do seguro, mas também para beneficiar a população de forma geral.
O processo de fabricação de novas peças tende a ser caro, enquanto o descarte de equipamentos que ainda apresentam funcionalidade gera uma quantidade bem elevada de lixo que é difícil de tratar apropriadamente.
Ao contar mais com a reutilização de peças antigas e de menor custo, é possível diminuir a quantidade de lixo produzida em um acidente de carro. Dessa forma, a aprovação dessa lei também ajuda na preservação ambiental e aumenta a vida útil de cada componente, mesmo depois de um acidente.
Encontre a melhor opção para assinar seu seguro
É provável que o seguro popular se torne a norma para muitas seguradoras nos próximos anos, pois apresentam um preço mais acessível para a maior parte da população. Porém, para que o segurado tenha acesso a esse tipo de benefício e ele atenda às suas expectativas, é importante que ele também encontre a seguradora certa para suas demandas.
A Honda, além de oferecer veículos, também trabalha com o serviço de seguros, tanto populares quanto tradicionais. Assim que você fizer a compra do seu carro dentro da concessionária, pode falar diretamente com um de nossos corretores presentes no mesmo local e encontrar um plano de seguro que se encaixe naquilo que você busca. Afinal, nunca é demais proteger seu novo carro assim que ele sai da loja.
Como vimos, o seguro popular foi regulamentado em 2016. Essa nova modalidade de proteção para veículos utiliza peças usadas e paralelas nos reparos em seus sinistros. Juntamente à ela, vieram várias outras mudanças no trabalho realizado dentro das seguradoras.
Por esse motivo, seu preço é mais barato que o de um plano tradicional, se tornando uma alternativa para que pessoas de baixa renda ou que tenham carros mais antigos possam proteger seus patrimônios.
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