Ter um carro é um dos principais sonhos da maioria dos brasileiros, não é mesmo? Porém, muitas pessoas não conseguem realizá-lo por se tratar de um alto investimento. Para se comprar um carro 0Km é preciso ter uma boa quantia para utilizar como entrada e, ainda assim, é provável que o comprador passe anos pagando pelo investimento.
Por conta disso, muitas pessoas recorrem aos carros usados, na medida em que veículos seminovos representam uma alternativa bastante interessante. Por possuírem um preço mais em conta, torna-se mais fácil conseguir comprar o automóvel que elas tanto desejam. Além disso, não podemos deixar de considerar outros custos, como IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), seguro, manutenções e combustível — o qual vem sofrendo aumentos constantemente.
Portanto, a compra de um usado, sendo bem planejada, é uma maneira possível de conseguir comprar o carro dos seus sonhos. Nesse sentido, é relevante saber que ela pode ser feita por meio de financiamento, que também está disponível para esse tipo de veículo.
Interessou-se sobre o assunto? Então, continue a leitura e esclareça, de uma vez por todas, 6 dúvidas sobre financiamento de carros usados!
1. Quais são os tipos de financiamento de carros usados?
Para se conseguir um financiamento de carros usados, existem algumas opções. Entre as mais comuns, podemos destacar o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) e o Leasing.
Ao optar pelo CDC, o financiamento será realizado pela intermediação de um banco. Este efetuará um empréstimo, financiando o valor do veículo para o consumidor. Assim, caso opte por essa alternativa, você deverá realizar o pagamento das parcelas para a instituição financeira.
É importante ressaltar que o veículo terá sua posse ligada ao consumidor, mas este não pode negociá-lo até que todas as parcelas sejam quitadas. A grande vantagem do CDC é a opção de negociar as taxas de juros diretamente com os bancos, podendo-se conseguir descontos e condições mais favoráveis.
Já a opção de Leasing tem seu funcionamento baseado em empresas de leasing (normalmente, um banco que trabalha com essa opção de serviço). Nesse caso, o veículo permanecerá em nome da empresa enquanto o cliente pagar pelo seu aluguel. Ao findar as prestações, o consumidor passará a ser o dono do veículo e não precisará pagar mais nada. Assim como no CDC, o contato com os bancos pode ser feito sem a necessidade de intermediação de agentes ou de lojas.
2. Quais são os documentos necessários?
Para se conseguir um financiamento de carros usados, é fundamental comprovar que o consumidor conseguirá arcar com as parcelas, evitando maiores problemas. No entanto, em geral, os financiamentos não exigem um grande volume de documentos. Você precisará apresentar:
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CNH (Carteira Nacional de Habilitação);
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comprovante de residência;
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comprovante de estado civil; e
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comprovante de rendimentos, todos atualizados.
3. Quem pode fazer um financiamento?
O processo para liberação do financiamento de carros usados se assemelha a qualquer outro tipo de financiamento: são necessárias análise e aprovação bancárias. O gerente do banco avaliará se o consumidor está negativado, seus ganhos mensais e a quantidade de parcelas fixas pagas por mês. Assim, será possível identificar se o possível comprador terá ou não condições de assumir a dívida e, também, o valor máximo desta.
Porém, para evitar que você perca seu tempo tendo que se deslocar a uma agência bancária, existe uma maneira simples de adiantar esse processo. Na internet, há simulações online que podem ajudá-lo a saber o valor de entrada, o custo das prestações mensais e o tempo de duração do financiamento (os bancos costumam dar prazo máximo de 60 meses, mas ele pode chegar a 72 meses).
Existe idade mínima para se conseguir um financiamento?
Para se conseguir um financiamento é preciso ter entre 18 e 70 anos. No entanto, poucos financiamentos são aprovados para pessoas que possuam menos de 20 anos (a menos que o comprador consiga um avalista para auxiliar na operação). E a regra é um tanto quanto parecida para pessoas acima de 70 anos: também será preciso de um avalista, com parentesco de primeiro grau.
O principal empecilho para os jovens é o baixo histórico de compra, o que impede o banco de fazer uma análise criteriosa e real. Já para os mais velhos, o obstáculo se dá pela idade: quanto mais velho, maior o risco.
4. Quais são os custos incluídos no financiamento?
Além do custo do veículo e dos juros embutidos, existem outros valores que podem ser incluídos no financiamento. É comum vermos despesas destinadas para taxas de administração, taxa de cadastro (cobrada no início do processo), entre outras.
Nesse aspecto, é interessante destacar que já existe uma lei em vigor tornando obrigatório que as instituições financeiras informem e demonstrem aos clientes o custo efetivo da operação. Assim sendo, todas as taxas devem ser incluídas no contrato.
Fique atento! Caso haja a cobrança de uma taxa para a abertura de crédito (TAC), não aceite. Esse tipo de taxa não pode mais constar em uma operação de financiamento de veículos.
5. Qual o valor médio da entrada para o financiamento de carros usados?
Quando se trata de carros novos, é fácil encontrar financeiras que aceitem realizar o financiamento de 100% do valor do veículo. Porém, quando se deseja comprar um carro usado, as regras aplicadas são um pouco mais rigorosas.
Aqui, é relevante destacar que o valor utilizado para a entrada será fundamental para se ter uma parcela mais em conta. Em outras palavras, quanto maior o valor da entrada, menores serão os valores das prestações e dos juros.
É comum encontrar instituições financeiras que exigem o pagamento de uma entrada variando entre 10% e 30% do preço de compra do veículo, dependendo do ano e do modelo escolhido. Entretanto, nos últimos anos, cresceu o número de concessionárias que aceita realizar a venda de veículos seminovos sem nenhuma entrada.
Infelizmente, existem poucos bancos que oferecem essa opção. O Banco do Brasil é um deles, mas deve-se ficar bastante atento quanto ao valor das parcelas. Ao financiar 100% do carro, o valor das parcelas tende a ser mais caro do que se você optar pelo pagamento da entrada. Então, pense bem antes de tomar uma decisão!
6. E se você não pagar as parcelas?
Muitas vezes, por mais que a gente faça um planejamento e se programe para a compra de um veículo, devemos levar em consideração a ocorrência de imprevistos. Eles podem acontecer a qualquer momento, contudo, caso venham a impactar negativamente sua vida financeira, algumas perguntas surgem. Entre elas, é importante saber: o que se deve fazer no caso do financiamento? Será que convém não pagar as parcelas? E quais seriam as consequências disso?
Bom, primeiramente deve-se destacar que as consequências estarão diretamente ligadas ao tipo de financiamento escolhido. Caso você tenha optado pelo CDC, a instituição financeira acionará o consumidor na justiça, buscando reaver o veículo. No entanto, se você tiver optado pelo Leasing, o processo de apreensão do veículo será mais simples, uma vez que este estará no nome da empresa. Essa é uma das razões que explica o fato do Leasing possuir juros menores.
É certo que o financiamento de carros usados é uma alternativa considerável para que você realize um dos seus sonhos. Mas, é preciso ser realista: caso tenha certeza de que não será mais viável continuar arcando com os compromissos firmados, vale a pena devolver o carro para a financeira.
Assim, será possível resgatar uma parcela do valor pago ou, se for a situação, transferir a dívida para outro comprador. A restituição não será integral, uma vez que houve desgaste do bem, custos administrativos e outras despesas elencadas no contrato. Porém, ainda assim, vale a pena tomar essa atitude.
Então, agora que você já esclareceu as principais dúvidas sobre financiamento de carros, consegue perceber que ele não é nenhum bicho de sete cabeças, não é mesmo? É possível, sim, realizá-lo e conquistar o sonho de ter o carro que você sempre desejou. Apenas lembre-se que, para efetuar esse tipo de negócio, é bastante importante que ele seja feito com concessionárias renomadas e confiáveis.
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